Após dois anos de suspensão, maternidade pública Maternidade Balbina Mestrinho retoma parto na água
Atendimento no Centro de Parto Normal Intra-Hospitalar (CPNI) da maternidade pública do Amazonas não era realizado desde janeiro de 2020 por conta da pandemia de covid-19
O Centro de Parto Normal Intra-Hospitalar (CPNI) da Maternidade Balbina Mestrinho, unidade da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), retomou esta semana, a realização de parto humanizado na água após dois anos de suspensão. O atendimento havia deixado de ser ofertado em razão da pandemia de covid-19.
O parto na água permite a reutilização das banheiras e, com a retomada, a expectativa é que haja aumento do número de partos realizados na maternidade, que registra, em média, mais de 40 por mês. O último parto humanizado na água realizado na maternidade aconteceu em janeiro de 2020.
A direção da maternidade buscou, junto à Fundação de Vigilância em Saúde Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), atender todas as recomendações para que o parto humanizado pudesse voltar a ser ofertado para as pacientes da unidade.
“Por determinação do governador Wilson Lima, o serviço foi retomado para garantir toda a assistência e os devidos cuidados que as mães e os bebês necessitam. O CPNI já é uma referência em parto humanizado no Amazonas, e a retomada do parto na água trará resultados ainda melhores”, afirma Anoar Samad, secretário de Estado de Saúde.
Benefícios
De acordo com o gerente de enfermagem, Manuel Roque, o parto na água apresenta muitas vantagens para as mães.
“A principal vantagem do parto na água é a diminuição das dores. A água morna, por volta dos 37 graus, proporciona relaxamento muscular profundo, o que ajuda a atenuar as contrações. Esse efeito anestésico da água geralmente abrevia o trabalho de parto e diminui a necessidade de intervenção médica. A água também proporciona uma sensação de leveza, o que aumenta a mobilidade da mulher, que poderá escolher a melhor posição para a dar à luz”, disse o gerente.
O enfermeiro acrescenta que a técnica também reduz a sensação de cansaço e, por ser parto normal, apresenta uma recuperação mais rápida. Uma grande vantagem do parto na água é a participação ativa da mulher em todos os momentos, o que proporciona mais segurança e satisfação pessoal para a mãe.
“Durante os nove meses em que estava sendo gerado, o bebê ficou dentro do útero imerso no líquido amniótico. Por isso, ao nascer na água, em temperatura e ambiente semelhante ao do útero, ele sente menos os efeitos externos, como luz e barulho, chegando ao mundo de forma mais natural e menos traumática. Além disso, o parto normal melhora a respiração do bebê”, garantiu o enfermeiro.
Capacitação
O retorno do parto na água também foi possível após curso ministrado pela Gerência de Maternidades da SES-AM, ministrado no dia 25 de fevereiro, pelo gerente das maternidades e enfermeiro obstetra, Edilson Albuquerque. No total, foram capacitados 40 profissionais, entre enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas do CPNI da Maternidade Balbina Mestrinho.
As pacientes que desejam realizar o parto humanizado na água podem procurar o serviço social ou a gerência de enfermagem da unidade, e uma visita ao Centro de Parto Normal Intra-Hospitalar será agendada.
Unidade especializada
O Centro de Parto Normal Intra-Hospitalar (CPNI) da Maternidade Balbina Mestrinho foi o primeiro inaugurado pelo Governo do Estado, eleito em 2020 entre as 16 experiências exitosas da rede SUS na premiação Laboratório de Inovação em Enfermagem, da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e do Conselho Nacional de Enfermagem (Cofen).
Em novembro do ano passado, o Estado inaugurou o segundo CPNI no Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL). Ambas as estruturas permitem um atendimento humanizado, englobando um protocolo multicultural para mulheres estrangeiras, indígenas, brasileiras e surdas. O acolhimento inclui o suporte de tradução em língua espanhola, inglesa, tikuna e Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Além da experiência de parto na água, o CPNI possui outras modalidades, estimulando o parto vertical, ou seja, com a parturiente em pé, sentada ou ajoelhada. Na modalidade, a mulher estará ajudando o seu corpo no processo de nascimento, com a gravidade trabalhando a favor dele. A posição vertical faz ainda com que as contrações uterinas sejam mais eficientes.
Fotos: Divulgação/SES-AM